Hoje pela manhã tive a oportunidade de assistir a reapresentação do programa Saia Justa transmitido pelo Canal GNT (41 - NET) comandado pela talentosíssima jornalista Monica Waldvogel cujo tema foi "O que podemos aprender com as elites?" assunto esse que obrigou a me colocar frente ao computador escrever e compartilhar minhas convicções sobre o tema.
Em primeiro lugar precisamos questionar: Quem são as elites? "Elite" pode ser conceituada como"aquelas pessoas ou grupos capazes de formar e difundir opiniões que servem como referência para os demais membros da sociedade. Neste caso, elite seria um sinônimo tanto para 'liderança' quanto para 'formadores de opinião"'
Mas quaisquer que sejam os conceitos empregados, a "elite" não está ligada somente a dinheiro e tem-se as elites em todas as classes ou grupo de pessoas: Militares, Intelectuais, Eclesiásticas, Políticas, Financeiras, Empresariais, Jornalisticas. Todos tem o seu grupos de líderes capazes de formar ou difundir uma opinião que servirá de referencia para os demais membros do grupo.
Não demonizo o termo "elite" já que todos em algum momento da vida buscam ser (ou efetivamente são) referência em alguma das áreas que atuam, se não em todas, ou seja, desejam ser a "elite". O mais interessante é que, no geral, a "elite" sempre está na terceira pessoa, sendo, em alguns momentos, até vergonhoso ser referencia de riqueza ou poder de um grupo no Brasil. O que é um absurdo!
Cada membro do grupo de líderes que assim age (membros da elite) em seu ramo de atividade, a partir do momento que se enquadra como tal (obtendo sucesso e tornando-se referencia) passa a assumir deveres e usufruir de privilégios perante toda a sociedade, sem que possam se furtar na obrigação de fazer ou usufruir do que a "elite" lhe proporciona.Um membro da elite militar não pode se furtar da obrigação de comandar as ações de defesa de terceiros, assim como não lhe é "permitido" abrir mão da subordinação que a ele é conferida.
O problema ocorre quando os membros de uma elite, seja qual ela for, perdem a sensibilidade em relação as percepções, vitórias e dificuldades de seu grupo e o habitat em que estão, por exemplo quando um membro do Poder Legislativo já não mais representa os interesses de seus eleitores e busca, através do poder, seu próprio proveito; quando um milionário perde-se na motivação pelo qual optou por ganhar dinheiro, passando a ver as coisas muito mais importantes do que as pessoas; quando um sacerdote aproveita-se da busca espiritual de alguém para ludibriar, ignorando a busca de algo que seja eterno, maior e transcendental; quando um líder jornalistico em nome do melhor furo de reportagem, ignora a investigação da veracidade da fonte e destrói instantaneamente a história de outras pessoas, envergonhando seus pares.
Há algo a aprender com a elite brasileira? Claro que há! Apesar de carente de modelos a sociedade brasileira dia a dia descreve histórias de pessoas que passaram a integrar a elite brasileira inspirando jovens, na arte, na música, na política (isso mesmo! nem todo mundo é corrupto), nas carreiras profissionais, na medicina e em tantas outras áreas.
Um exemplo recente está no que demonstrou a "elite" judiciária do País que escolheu à presidência do mais alto Tribunal (STF = "alta elite") do Poder Judiciário, pela sua competência, um homem negro que nasceu pobre, filho de uma diarista e de um pedreiro, e responsável por levar a condenação membros de uma elite política que se desvirtuou de seus legítimos propósitos.
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