As manifestações sociais que estouraram marcaram definitivamente a história político-social brasileira. Somos obrigados a refletir nas causas que levaram a essa explosão de protestos e o que mudara no futuro das estruturas de poder da nação, sem ter a pretensão de esgotar o assunto.
Desta forma, neste post, inicialmente, quero elencar algumas das causas que levaram essa eclosão social:
1) A sociedade não se sente representada pela classe política:
A estrutura política eleitoral brasileira esta construída num modelo em que as pessoas somente são "abraçadas" nas eleições, quando veem a esperança de suas vidas melhorarem, de seus problemas serem resolvidos, sendo esquecidas no dia a dia dos palácios, discursos e acordos políticos.
As manifestações não tenderam nem para o governo e nem para a oposição, mas sim contra ambos, que não mais representam os interesses de transporte, educação, saúde e participação de qualidade exigida pela sociedade.
2) Política pública pautada na ilusão do crédito fácil e do consumo
Nos últimos 10 anos de governo da tradicional esquerda brasileira foi criada uma ilusão de consumo alicerçada em credito fácil (não barato) onde as pessoas foram as compras tal qual ocorrido nos EUA na década de 80.
Entretanto a correria das compras e credito produziram um efeito bumerangue de dívidas nas famílias que passaram a refletir sobre outras necessidades sociais antes ignoradas.
Vejamos exemplos disso: a facilidade de crédito levaram as pessoas a comprarem automóveis cujas ruas não estavam preparadas para receber, abrindo os olhos sociais a falta de investimento publico em transporte coletivo e infraestrutura que continua de péssima qualidade. Outro exemplo estão nos planos e seguros saúde, "nunca antes na história desse pais" tantas pessoas contrataram esses serviços, entretanto, o pagamento e os aumentos contínuos mostraram a sociedade que elas continuam reféns de serviços de qualidade e cobram do poder publico novos investimentos. Quebra de recordes na produção de grãos abriram os olhos da sociedade a falta de projeto e investimento na área de rodovias, ferrovias e portos, causando enormes congestionamentos que agora se conhece graças ao carro novo financiado em 60 parcelas.
A sociedade caiu na armadilha do dinheiro a mão, sem saber as implicações sociais que seriam derivadas dele, mas agora exigem respostas e ações dos governantes que foram surpreendidos pois entendiam que todo mundo estava feliz no reino da fantasia.
Os líderes que comemoravam a copa do mundo agora se veem frente a insatisfação social. Ou seja, o ditado "o feitiço voltou contra o feiticeiro".
3) A alta inflacionaria
A subida dos preços e a tentativa de controle maquiado dos preços dos combustíveis mostra à população a falta de gestão do governo central que continua aumentando os gastos públicos de custeio para pagar coligações políticas com 39 ministérios. Ocorre que essa conta acaba no bolso do cidadão comum.
A sociedade exigiu nas ruas qualidade na gestão com o dinheiro publico, os governantes que entenderam o recado já estão renovando suas analises de gestão. O tema "eficiência" volta a mesa.
4) Comparações externas
A instantânea propagação de informações através da internet, redes sociais e aumento do número de pessoas viajando ao exterior forçam a inevitável comparação de serviços públicos ofertados no Brasil com o de outros países.
A sociedade passou a testemunhar (e não mais só ouvir dizer) que paga imposto de país desenvolvido e recebe serviços piores que os países mais pobres do mundo e disso deriva a infeliz idéia que vez por outra aparece no governo: Controle de informações e da imprensa. Através desse controle o Governo poderia barrar publicações que exponham a fragilidade e incompetência dos gestores públicos. Graças a Deus essa história até agora não prosperou.
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