Tenho me dedicado a leitura da carta do Apóstolo Paulo aos cristãos que habitavam em Roma, livro que na Bíblia recebeu o nome de "Romanos".
Acredito que precisarei ler mais 50 mil vezes o capítulo 8 da carta para compreender a sua profundidade, pois nele Paulo sintetiza, em poucos versos, a essência do que anos mais tarde viria a ser a tese principal do Cristianismo, a "justificação".
Não tenho vergonha de assumir que precisei ler algumas vezes em voz alta, repetindo os mesmos versículos, para tomar coragem de me atrever a compartilhar com você a minha interpretação desse trecho bíblico.
Nele enxergo (repito, na minha simplória interpretação), Paulo fazendo uma diferença entre aqueles que não dominam a si mesmos, que articulam planos para sua própria vaidade ou entendendo que o céu é aquilo que eles próprios criam o que, e, por vezes se carrega na carteira, no cartão comercial, ou se encontra no poder, na fama, nos esteriótipos de santidade, da articulação e oratória. Ou seja, tudo isso é o que Paulo denomina, de viver segundo a carne.
Por outro lado, viver a vida no Espírito seria render-se a tese do Deus encarnado em Jesus na qual e somente pela fé (enxergar aquilo que não se vê), morreu e ressuscitou dos mortos, para que toda aquele que nele crer tivesse vida em abundância.
Por esse entendimento, Jesus, o Deus em forma de carne humana, viveu entre nós mas fora sacrificado em troca do perdão dos pecados de toda a humanidade, de forma que, uma vez sacrificado, não seria necessário mais viver com base em rituais religiosos buscando atrair o Deus-Pai, que passaria a viver diretamente nos corações daqueles que assim crescem, através de seu espírito.
O Espírito de Deus em mim, alinhado no meu espírito eterno. Aquele que me chamou antes mesmo da fundação do mundo e que viverá eternamente pela salvação através de Cristo.
Ora, com o Espírito de Deus morando nos corações, as atitudes mudariam, a visão de mundo mudaria e já não seríamos as mesmas pessoas com foco nas maldades do mundo sanguinário, onde é necessário sacrifícios com animais para remissão de pecados, mas sim, amando a Deus sobre todas as coisas, cumprindo dessa forma, inclusive, o primeiro mandando da Lei judaica, sendo os demais mandamentos letra morta de uma lei substituída pela justificação em Cristo.
A propósito, o próprio Jesus Cristo tratou de confirmar a nova lei. Em Mateus 22:37 a 40 Ele disse:
"Jesus respondeu: — “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente.” Este é o maior mandamento e o mais importante. E o segundo mais importante é parecido com o primeiro: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” Toda a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas se baseiam nesses dois mandamentos." Mateus 22:37-40 NTLH http://bible.com/211/mat.22.37-40.NTLH
Por essa razão, nenhuma condenação haveria mas para aqueles que amam a Deus e deixam-se ser guiados pelo Espírito de Deus, afinal, justificados por Cristo teríamos paz com Deus e conosco mesmo.
Isso não significa uma vida terrena sem erros, falhas, desafios ou medos. Significa somente que se o meu espírito está alinhado com o espírito de Deus, nenhuma condenação eterna cairia sobre mim e, novamente e tão somente pela fé, o desafio é viver aqui sabendo que é peregrino, que Aquele que tudo criou abençoará seus planos desde que alinhados com a vontade d'Ele.
"Confia ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos."Provérbios 16:3
O responsável pela religação do meu espírito com o Espírito de Deus seria Jesus Cristo, ou seja, o próprio Deus encarnado. À ele a homenagem de promover tal religação, de trazer a paz, que excede todo entendimento, entre o meu Espírito é o Espírito de Deus.
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